Resumo
No seu catálogo de obras, João Pedro Oliveira possui duas obras para acordeão - L’Accordéon du Diable (2006) para acordeão amplificado e fita, e Prisma (2007, 2011) que possui duas versões: uma para flauta, piano, acordeão e percussão, datada de 2007, revista em 2011, e outra, para fita, cimbalom, acordeão e percussão, datada de 2007. Quando questionado sobre a obra L’Accordéon du Diable, João Pedro Oliveira refere que esta possui referências várias, mencionando o intervalo de quarta aumentada – Diabolus in Musica; Nicolas Paganini - The Devil’s Violinist; e Giuseppe Tartini - Devil’s Trill Sonata. A ideia de construção base da peça é, segundo o compositor, a de transmitir uma virtuosidade demencial. No caso da segunda das obras, Prisma (2007, 2011), nas duas versões apresentadas, o compositor exterioriza a ideia contida na sua designação. Neste sentido, mostra que os sons se encontram refratados e decompostos nos seus elementos mínimos, os quais são usados posteriormente para compor novos objetos, gestos e discursos sonoros. Através da análise das obras, pretendemos mostrar a evolução da escrita do compositor, as diversas técnicas discursivas e compositivas que aí expõe, bem como as ideias construtivas contidas na sua designação. No caso de Prisma uma das versões é para instrumentos acústicos e, a outra, para instrumentos acústicos e fita. Mostrar de que forma a ação do prisma se expressa, e de que maneira o compositor constrói um e outro universos sonoros, é um desafio a aceitar e concluir.

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