Resumo
As mutações socioeconómicas da atualidade obrigam ao repensar dos papéis e o lugar para a família em contextos muitas vezes pautados pela mobilidade dos seus membros. Na relação entre membros da família de gerações que emigraram e os que ficam no país de origem, a solidariedade intergeracional pode desempenhar um papel importante, promovendo o bem-estar e a coesão. É objetivo neste artigo realizar uma revisão sistemática em torno dos termos-chave Família, Emigração e Gerações, circunscrita à investigação europeia, no horizonte temporal da primeira meia década após a recessão (entre 2010 e 2015), de modo a entender as principais tendências teóricas e empíricas em torno deste tema, quando se verifica intensificação de migrações. Foi feito recurso a todas as bases de dados associadas à EBSCO. Os resultados sugerem que existe preocupação crescente com a integração e oportunidades de educação dos mais jovens, emigrantes de segunda geração, mas também um repensar da interligação de prestação de cuidados aos familiares mais idosos que residem no país de origem; bem como as questões de género associadas às oportunidades de sucesso. Somos desafiados a considerar o contexto de memória coletiva social que origina a multiplicidade de estudos sobre as migrações europeias mais recentes.

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